O som dos saltos de Abigail ecoava pelo hall da recepção do prédio, marcando seu retorno com a segurança de quem sabia, enfim, que pertencia àquele lugar. A cada passo, uma lembrança — os dias em que entrava ali cheia de dúvidas, os silêncios carregados, os olhares furtivos. Agora, havia outro tipo de silêncio: respeitoso, talvez até admirado. Nada parecia como antes. E ela, definitivamente, também não era.
Usava um blazer claro, o cabelo preso com elegância discreta e uma postura firme, que não pedia licença nem autorização. Os olhos vasculhavam o ambiente com serenidade. Percebia os sussurros abafados de alguns funcionários e os olhares que desviavam discretamente quando ela passava, mas não se incomodava. Aquilo já não a feria. Estava ali por mérito — por decisão própria — e isso era inegociável.
Assim que o elevador se abriu, Brenda apareceu com um sorriso aberto, acolhedor, sem vestígio de julgamento.
— Pronta pra mais um capítulo? — perguntou, abrindo os braços.
— Acho que agora