Por alguns segundos, ninguém se moveu. O ar parecia mais espesso, como se cada respiração custasse esforço. Abigail manteve os olhos fixos em Sérgio — não com raiva explosiva, mas com uma dor silenciosa, profunda, quase impossível de traduzir em palavras. Ele, por sua vez, parecia menor do que de costume, os ombros ligeiramente curvados, como se carregasse o peso de tudo o que não disse a tempo.
Luiza deu um pequeno passo para o lado, deixando espaço, mas sem interferir. Marcos permaneceu parado perto da porta, observando com o coração apertado — era a filha dele ali, vulnerável, e qualquer gesto em falso poderia abrir mais feridas.
Sérgio respirou fundo, a voz vacilante quando finalmente tentou se pronunciar.
— Abigail…
Ela desviou o olhar imediatamente, como se o som do nome dito por ele fosse mais do que podia suportar naquele momento. Passou por ele sem dizer nada, o rosto marcado pelas lágrimas recentes. Os passos foram firmes, quase duros, e o silêncio que a acompanhava dizia mu