Abigail chegou ao prédio do escritório pouco depois das duas da tarde. A cidade fervilhava em torno dela, mas tudo pareceu emudecer assim que seus pés tocaram o mármore frio da recepção. O ambiente familiar, com suas paredes envidraçadas e móveis minimalistas, contrastava com a leveza da casa de praia que ela deixara para trás.
O elevador subia devagar, cada andar anunciado com um leve som metálico. Ela apertava a alça da mochila com uma das mãos, e a outra descansava sobre a barra da blusa, como se quisesse conferir se ainda estava tudo no lugar. Havia algo diferente nela — não só nas roupas, no bronzeado sutil da pele, mas no olhar. Um brilho resoluto que não estivera ali antes.
Assim que saiu do elevador, viu Brenda ao telefone, com uma pilha de pastas na mesa e um sorriso discreto ao vê-la, mas não disse nada. Sabia, como todos ali, que os últimos dias tinham sido tensos, que havia boatos e olhares atravessados.
Ela seguiu até sua mesa, ciente de cada passo, de cada batida de salt