A tempestade não veio com trovões. Veio com notificações.
Na manhã seguinte ao vídeo de Olívia, os sites estavam saturados com a mesma manchete:
“Abigail Alvarenga de 20 anos, filha recém descoberta de Marcos Alvarenga, advogado renomado, é acusada de agressão por ex-mulher de Sérgio Marino, também advogado e sócio de Marcos Alvarenga. Suposta briga teria causado perda do bebê.”
O nome dela. O rosto dela. A história dela. Tudo exposto.
Programas de TV replicavam o vídeo, jornalistas discutiam o “envolvimento polêmico” entre Abigail e Sérgio, e os comentários nas redes sociais oscilavam entre apoio e condenação.
Mas o que doía mais era o olhar dos outros.
Na faculdade, o ambiente que antes era um refúgio agora parecia um tribunal silencioso. Alunos cochichavam quando ela passava. Professores evitavam olhá-la nos olhos. E a direção a convocou logo cedo para uma conversa formal, embora desconfortável.
— Estamos sendo pressionados por veículos de imprensa e por grupos internos da própria