Dois dias depois da entrevista, Abigail já se sentia exausta de toda a situação e tudo o que queria era desaparecer. Mas ela sabia que sumir não era a solução, que ela havia escolhido enfrentar, então enfrentaria.
Vestiu-se discretamente, prendeu o cabelo e tentou ignorar os olhares ao cruzar o pátio da faculdade. Alguns alunos cochichavam. Outros fingiam que não sabiam. Mas ela sentia cada olhar como uma faca cravando sua pele.
Na terceira aula do dia, ao sair do bloco principal em direção à lanchonete, ouviu o burburinho aumentar de repente. Uma movimentação estranha, quase como uma tempestade se formando. E então a viu.
Abigail se virou com lentidão, o estômago afundando. E lá estava Olívia. Cabelos presos em um coque elegante, óculos escuros grandes demais, um vestido bege que parecia cuidadosamente escolhido para sugerir fragilidade. E dois passos atrás, um homem com câmera pendurada no ombro, como quem “por acaso” a acompanhava.
Ela caminhava com pose de vítima, mas os olhos por