O Vale Cego respirava como um ser vivo. Cada rajada de vento trazia aromas de terras distantes e memórias antigas que ninguém lembrava ter vivido. Selin, com 11 anos, mas com a presença de alguém que carregava mundos dentro de si, avançava cuidadosamente, sentindo sob seus pés a pulsação do solo. Suas mãos brilhavam com uma leve luminescência verde-dourada, e onde tocava, pequenas flores etéreas surgiam por um instante, antes de se desfazerem no ar.
Aric caminhava logo atrás, os sentidos em alerta máximo. A fera que residia em suas entranhas permanecia em silêncio, mas cada instinto gritava sobre a presença de Iskar’oth nas sombras do vale. Ele podia sentir o ar vibrando com a fome da entidade, e a cada passo seu coração batia como um tambor de guerra.
Helena liderava o grupo, seus olhos captando cada detalhe que os outros poderiam perder. Entre árvores que mudavam de posição como se respirassem, ela percebeu a presença de pequenos vultos — seres do Vale, espíritos antigos que não se