Inicio / Lobisomem / A filha da Alfa / 🐺✨ Capítulo 3 — Ecos da Lua
🐺✨ Capítulo 3 — Ecos da Lua

 

A noite tinha caído pesada sobre a aldeia da Lua Vermelha, e o silêncio reinava quase absoluto, quebrado apenas pelo sussurro do vento entre as árvores e o distante uivo de lobos na floresta. Lysandra estava sentada próxima ao fogo, os olhos fixos na chama, mas a mente perdida em pensamentos que a consumiam.

Desde o encontro na floresta, sua vida parecia ter tomado um rumo imprevisível, como se cada passo a levasse para mais perto de um destino que ela não compreendia completamente. O noivado com Viktor pesava como uma sentença, e o rosto do lobo dourado, silencioso e enigmático, estava gravado em sua mente como uma promessa ou um aviso.

Ela sentia uma inquietação que não conseguia explicar, como se algo dentro dela estivesse despertando — algo antigo e selvagem.

Do lado de fora, os ventos da floresta sopravam mais fortes, e a lua cheia brilhava alto, iluminando as copas das árvores e tingindo a noite de prata.

Lysandra sabia que não podia mais fugir de suas responsabilidades, mas também sentia que havia algo mais, algo que precisava entender antes de se entregar ao destino que lhe fora traçado.

De repente, um ruído suave chamou sua atenção. Alguém se aproximava da tenda. Ela se levantou, os músculos tensos, e foi até a entrada.

Lá estava ele — o lobo de olhos dourados, imóvel sob a luz da lua, como uma sombra que se recusava a desaparecer.

Ele não avançou, apenas a observou, e em seu olhar havia uma mistura de dor e esperança.

Lysandra deu um passo hesitante para fora, sentindo a umidade da grama sob os pés descalços.

— Por que você está aqui? — perguntou, a voz baixa.

O lobo inclinou a cabeça, como se entendesse, e então, lentamente, começou a se afastar, olhando para trás para que ela o seguisse.

Sem pensar, Lysandra o seguiu, entrando na floresta densa, onde as árvores formavam um labirinto de sombras e luzes prateadas.

Caminharam por entre as raízes e pedras, até chegarem a uma clareira iluminada pela lua, onde o ar parecia vibrar com uma energia antiga.

Lá, o lobo parou e olhou para ela.

Lysandra sentiu o coração disparar, como se estivesse diante de algo sagrado.

Ela deu um passo à frente, estendendo a mão, mas hesitou.

Algo em seu peito pulsava forte — medo, desejo, e uma urgência que não sabia nomear.

De repente, um som rompeu o silêncio — um estalo de galhos secos, vindo das sombras.

Lysandra se virou rapidamente, e viu uma figura emergir da escuridão.

Era Viktor.

Seus olhos frios brilhavam com raiva e possessividade.

— Não pense que essa floresta é seu refúgio, Lysandra — disse ele, a voz dura. — Você pertence à matilha. E eu sou seu futuro.

Lysandra deu um passo para trás, sentindo o lobo avançar entre eles, erguendo o pelo em uma postura defensiva.

— Cuidado — avisou, os olhos fixos em Viktor.

Mas ele apenas riu, um som cruel e vazio.

— Um lobo selvagem? Você não passa de uma menina perdida, sonhando com fantasmas.

O lobo rosnou baixo, e Viktor recuou, sabendo que enfrentava algo mais forte do que imaginava.

Lysandra sentiu uma força crescer dentro de si, uma coragem que nunca soubera possuir.

— Eu não sou um fantasma — respondeu, firme. — E esta floresta guarda segredos que você nunca compreenderá.

Viktor lançou um olhar de desprezo, mas antes que pudesse responder, o som distante de uivos ecoou pela clareira.

Era como se a própria lua chamasse por eles.

Com um último olhar furioso, Viktor desapareceu nas sombras da floresta, deixando Lysandra e o lobo sozinhos sob a luz prateada.

Ela se ajoelhou na relva, tocando o solo frio, sentindo a conexão profunda que a ligava àquele ser misterioso.

— Quem é você? — perguntou, mais para si mesma do que para o lobo.

Ele aproximou-se, esfregando a cabeça contra sua mão, um gesto de confiança e afeto.

Lysandra sorriu, uma mistura de tristeza e esperança em seus olhos.

Naquele momento, sob o olhar atento da lua cheia, uma nova jornada começava — uma que desafiaria tudo o que ela acreditava sobre si mesma, sobre amor, dever e liberdade.

O passado, o presente e o futuro entrelaçavam-se como as raízes antigas daquela floresta.

E no coração da noite, Lysandra sentiu que nada jamais seria igual.

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