A brisa da madrugada soprava suave entre os troncos milenares da floresta. Ainda havia brasas acesas no Círculo das Raízes, mas a maioria dos lobos já descansava. Apenas os sentinelas se moviam silenciosamente, atentos a qualquer sinal de ruptura naquela trégua recém-conquistada.
Lysandra despertou subitamente, ofegante.
Sonhara com a fenda. Outra vez.
Não era uma lembrança, mas algo mais — uma sensação visceral de que algo se movia, lá nas profundezas. Levantou-se devagar, enrolando-se no manto cerimonial, e saiu da cabana temporária construída no centro do acampamento.
A noite estava calma, e a lua já havia descido além das colinas.
Ela caminhou até a beira do rio, onde as águas refletiam as últimas estrelas. Ali, ajoelhou-se, mergulhou as mãos na correnteza fria e deixou que os pensamentos escorressem como folhas levadas pela água.
— Não consegue dormir? — veio a voz grave de Aric atrás dela.
— A fenda está viva — respondeu sem olhar para ele. — Eu sinto… como se tivesse algo respi