O amanhecer trouxe consigo uma luz suave que atravessava as janelas do terraço sul. Eliara estava ali, sozinha, os dedos entrelaçados à frente, contemplando as flores que dançavam com o vento. O coração ainda batia acelerado pelas pequenas interações recentes com Valkar, mas havia algo novo — uma vontade crescente de se abrir, de permitir-se sentir mais do que apenas respeito ou vigilância.
Ela respirou fundo, tentando organizar os pensamentos, mas a lembrança de tudo que vivera ainda pesava. Cada memória de dor, de manipulação e de perda a fazia hesitar. Aproximar-se emocionalmente dele significava se tornar vulnerável novamente. E Eliara, depois de tanto lutar, não sabia se estava pronta para isso.
Os passos de Valkar se aproximaram, suaves, mas firmes. Ele não a chamou, apenas permaneceu ali, observando. O silêncio entre eles não era pesado; era carregado de expectativa, de possibilidades que ambos sabiam que poderiam ser exploradas.
— Bom dia, Eliara — disse ele, finalmente, a voz