Anna
—Bom dia papai. Sente-se. Tenho novidades.
Meu pai se senta à minha frente e sorri.
—Está de namorado novo?
Eu rio.
—Nem tive um velho para ter um novo?
Ele funga.
—Você deveria se preocupara menos com seu pai e começar a pensar mais em você. Não quero ser um peso.
Meu coração se aperta com as falas dele. Eu me levanto e o abraço por trás. Dou-lhe um beijo no pescoço sentindo o cheirinho característico dele. Uma mistura de óleo de oficina e sua colônia barata.
Eu me agacho em seus joelhos e ergo meu rosto para ele:
—Pai, o senhor não é um peso para mim. O senhor sempre cuidou de nós, agora é minha vez.
—Eu não quero atrapalhar sua vida. —Ele diz e começa a tossir.
—Não atrapalha.
—Como não? Você me ajuda com as despesas!
—Pai, a pessoa que me aceitar será porque me ama e entenderá que sou arrimo de família. E te aceitará na nossa vida.
Meu pai aperta os lábios.
—Sinto que fracassei—diz com outro acesso de tosse.
—Ser pobre não é fracassar. O mais importante o senhor me passou. Va