O palácio de Khaled repousava em silêncio, como se cada pedra dourada que o compunha estivesse atenta ao destino que se desenhava naquela noite. Um silêncio ensurdecedor, pesado, que só era rompido pelos soluços frágeis e dolorosos de Samara. Seus passos ecoavam pelo mármore reluzente, cada um deles mais arrastado que o outro, guiados pelas mãos firmes das mulheres que a levavam ao salão da purificação.
Os olhos de Samara, inchados pelo choro incessante, refletiam o pavor de quem sabia que caminhava para um ponto sem retorno. Aquelas paredes luxuosas, outrora tão imponentes, agora pareciam cercá-la como grades de uma prisão dourada. Cada detalhe das tapeçarias bordadas, cada lâmpada em em cristal, cada jarro em ouro maciço lhe parecia zombar de sua dor — lembrando-a de que, por mais que fosse admirada por sua beleza e altivez, já não lhe restava escolha.
Samara era a primeira concubina que ousava não aceitar seu destino. As demais, Hanna, Kali, Malala, Raabe e Maia, haviam cedido com