Darius vasculhava a floresta como um animal ferido, cada respiração um grunhido sufocado de raiva e desespero.
A carta ainda estava em sua mão, amassada, suada, marcada por suas garras. As palavras dela ecoavam em sua mente como uma maldição suave: "Eu te amo infinitamente. Mas por isso mesmo, preciso partir. Preciso descobrir quem sou, antes que machuque quem mais amo."
Ela não pediu permissão. Não explicou tudo. Só... se foi.
E Darius se sentia como se tivessem arrancado parte de sua alma com uma unha suja e cruel.
— Onde você está, Aurora? — murmurou, os olhos dourados fitando o nada entre as árvores.
Elias se aproximou em silêncio, mas o alfa sentiu sua presença de longe.
— Não há rastros dela — disse o beta. — Nem cheiro. Nem pegadas. Nada.
— Isso é impossível — Darius rosnou. — Ela não saberia como apagar o cheiro. Não sozinha.
— A não ser que tenha recebido ajuda.
Darius o encarou.
— Você está dizendo que ela foi levada?
— Ou... guiada. Por algo que queríamos ignorar.
O silênci