A floresta onde Aurora acordava todas as manhãs não era mais a mesma. As árvores tinham troncos escuros como carvão e folhas que sussurravam em línguas esquecidas. O céu por cima era cinzento mesmo sob o sol, e o chão tremia com os passos daqueles que a observavam em silêncio.
A Matilha da Lua Negra.
Eram sombras com olhos. Guerreiros que não pareciam respirar, mas se moviam como predadores antigos. Ela não via seus rostos — nunca. Sempre encapuzados, sempre em silêncio. Mas ela sentia o respeito... e o medo. Não o medo deles por ela, ainda não. O medo de que ela nunca se tornasse o que deveria ser.
O medo de que falhasse.
Na primeira semana, pensou que morreria. No fim da segunda, desejou morrer.
Agora, ela apenas resistia.
— De novo. — a voz rouca do treinador ecoou pela clareira.
Aurora estava de joelhos, os braços tremendo, coberta de suor e sangue seco. À sua frente, uma criatura invocada por magia da Lua — parte lobo, parte fumaça, parte pesadelo — rugia em círculos.
Ela tentou