77. Você não faz ideia do que está acontecendo
O vestiário ainda cheirava a perfume e provocação.
Ela estava parada diante de mim, com a pele corada e o olhar faiscando — linda, insolente, irritante como o inferno.
E eu… tentando lembrar como se respirava.
Eu não devia ter vindo.
Devia ter deixado a segurança agir, deviam ter tirado ela de lá discretamente. Mas bastou me mandarem uma foto — ela, quase nua, deitada na grama sob a lente de Sebastian — pra minha razão evaporar.
“Você não faz ideia do que está acontecendo.”
As palavras ecoavam dentro de mim, como se eu mesmo tentasse acreditar que ainda havia controle nisso tudo. Mas não havia. Não com ela.
A Ágatha me olhava como quem desafia a gravidade.
Braços cruzados, o queixo erguido, e aquele maldito olhar que dizia: me enfrenta, se for capaz.
— Então é isso? — ela perguntou, quebrando o silêncio. — Você não quer que eu fotografe porque tem vergonha do que eu faço?
A pergunta me acertou como um soco.
Ve