A madeira do chalé estalava ao redor deles, como se o próprio lugar sentisse o peso do que estava prestes a ser revelado. Halley permanecia em silêncio, de pé junto à lareira, braços cruzados, como quem se resguardava de uma lembrança que ainda queimava. Theo e Eleanor sentaram-se no pequeno sofá, com o envelope queimado entre eles, o papel amarelado reluzindo sob a luz tímida do lampião a óleo.
Eleanor o abriu com cuidado, como se receasse ferir ainda mais o passado que continha.
Dentro, havia três itens.
O primeiro, uma fotografia. Mostrava uma criança pequena, com cabelo castanho claro e um sorriso contido. Sentado nos degraus de uma escada de pedra, reconhecivelmente a entrada da casa dos Hartwood. Elijah. Mas ao seu lado, quase fora da moldura, estava Amélia. Ela parecia cansada. O olhar baixo, a mão repousando com delicadeza no ombro do filho. Era como se soubesse que aquele instante seria efêmero — que em breve tudo lhe seria arrancado.
O segundo item era um relatório médico.
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