O caminho de volta para Yorkshire foi marcado por um silêncio denso. A chuva havia substituído a névoa, e o som repetitivo dos limpadores no para-brisa preenchia o carro com uma cadência quase hipnótica. Theo mantinha os olhos fixos na estrada, mas seus dedos no volante denunciavam o turbilhão de pensamentos. Eleanor observava a paisagem passar, as gotas de água escorrendo pelo vidro como fios de memória desconexos — era assim que ela se sentia: desorganizada, inquieta, à beira de algo maior do que podia compreender.
Ela deslizou os dedos pelo envelope amassado em seu colo. Dentro, estavam os dois papéis que havia conseguido pegar da casa no último segundo antes de fugirem: um mapa feito à mão e um bilhete enigmático. Leu em voz baixa mais uma vez, como se as palavras pudessem soar diferentes agora:
"Vivienne sabia mais do que dizia. Rupert também. Mas nenhum deles era o verdadeiro elo. Se quiser entender, procure por Halley. Ela conhece os nomes que ficaram de fora dos registros."
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