Max.
Mordi o interior do meu lábio inferior, controlando o ímpeto de proferir um comentário mordaz sobre a espelunca que o namorado dela considerava aceitável para abrigar Victória e o bebê.
Por um instante fugaz, os meus olhos varreram o espaço exíguo. O studio era pouco mais que um buraco decorado com um mobiliário espartano e a inconfundível marca de uma vida precária. A cama de solteiro estava encostada à parede e, ao lado, tinha uma mesa minúscula com uma única cadeira.
Vitória estava com o corpo delgado envolto num casaco de malha gasto que não fazia nada para dissimular a sua fragilidade. O seu rosto, habitualmente pálido, ruborizou-se.
— O que o senhor quer? — A sua voz saiu num sussurro carregado de uma raiva contida, mas mal disfarçada.
O seu corpo tenso inclinava-se ligeiramente para trás, uma tentativa instintiva de criar distância entre nós.
— Trouxe um brinquedo novo para o bebê.
O meu olhar deslocou-se brevemente para o bebê envolto em mantas que estava na cama.
El