Edward mantinha a mão firme no volante, os dedos apertando levemente o couro como se tentasse controlar não apenas o carro, mas também os pensamentos que o atormentavam. O sol da tarde atravessava o para-brisa, desenhando sombras suaves sobre o rosto de Rafaella, que, sentada ao lado dele, ajeitava os cabelos com delicadeza. Seus dedos deslizavam pelas mechas como se tentassem acalmar o turbilhão que se formava dentro dela. Um leve sorriso se esboçava em seus lábios, mas seus olhos denunciavam inquietação.
Edward lançou um olhar rápido para ela, ajustando a gravata com um gesto nervoso. Seu maxilar estava tenso, e ele pigarreou antes de falar, tentando manter a voz firme, mas falhando ao esconder a hesitação.
— Terminou aqueles relatórios que lhe pedi antes da viagem? — murmurou, desviando o olhar para o retrovisor, como se buscasse ali uma fuga. — Sabe muito bem que, uma vez dentro do avião, não há como voltar atrás...
Enquanto falava, esticou o braço para pegar os óculos escuros que