Edward mantinha as mãos firmes no volante, os olhos fixos na estrada à frente. A tensão em seu maxilar denunciava o esforço que fazia para manter o foco, como se cada quilômetro percorrido fosse uma fuga silenciosa do passado. Ao seu lado, Rafaella fingia mexer no celular, mas seus olhos não conseguiam se afastar do perfil dele, o contorno da mandíbula, o jeito como ele franzia levemente a testa, como se estivesse lutando contra pensamentos que insistiam em voltar.
Ela respirou fundo, o som quase inaudível, mas carregado de hesitação. Guardou o celular na bolsa com movimentos lentos, como se estivesse adiando o inevitável. Então, com delicadeza, estendeu a mão e tocou o ombro dele, um gesto suave, mas cheio de peso.
— Até quando vai fingir que não me conhece?... — sua voz saiu baixa, quase um sussurro, mas firme. Seus olhos estavam fixos no rosto dele, buscando respostas que ele parecia evitar. — Vai me dizer que esqueceu? — Continuou, ainda com a mão sobre o ombro dele.
Edward apert