O trânsito havia se transformado num caos. Carros parados, motoristas irritados, olhares curiosos lançados em sua direção. Eles nem haviam notado o alvoroço que causaram.
Num impulso, Edward colocou os óculos escuros, tentando esconder a confusão estampada no rosto. Segurou o volante com força, os dedos trêmulos. Antes de arrancar, inclinou-se levemente, ajustou o retrovisor e, com um gesto contido, ergueu a mão em sinal de desculpas aos motoristas atrás.
O silêncio entre ele e Rafaella pesava mais que o barulho ao redor.
Depois de horas encarando o silêncio entre buzinas, curvas e pensamentos não ditos, Edward e Rafaella finalmente chegaram ao aeroporto. O voo para Nova York partiu com o céu tingido de laranja, como se o dia também estivesse em conflito.
O avião cortava as nuvens enquanto Rafaella olhava pela janela, os olhos fixos no horizonte. Edward, ao lado, folheava uma revista sem ler uma única palavra. O silêncio entre eles era mais alto que o som dos motores.
O táxi parou em