Capítulo 21. A fofoca se espalha
Os dias passavam rápido entre cuidar das crianças e ir para a faculdade. Tentava não demonstrar o quanto estava cansada, vivendo à base de café e energético. Porém, esse nem era o maior problema, porque outra questão tirava meu sono: eu podia sentir que a história da Beatriz tinha se espalhado. Não apenas o motorista me olhava estranho, como Carmem e Tânia passavam mais tempo aos cochichos.
Tentei ignorar, mas até o jardineiro — que vinha uma vez por semana — também me olhava. Ou eu estava paranoica, como Aninha disse depois que contei para ela ou de fato alguma conversa corria pela boca do povo. O fato é que eu morria de medo só de imaginar as pessoas pensando uma coisa dessas, ainda que tivesse um fundo de verdade. Me sentia exposta e julgada por todos.
Eduardo não mencionou nada. Chegava do trabalho mais ou menos no mesmo horário, ficava com os filhos, lia para eles... Eu tentava ficar o mínimo possível perto dele, principalmente na frente dos outros, com medo de aumentar a fofoca