Rocco Pussenti
O que mais me afastava dessa cidade também era o que mais me aproximava. Não deveria ter voltado. O certo seria desaparecer, sumir do mapa. Pois não tinha ideia de como enfrentar essa situação.
Mas que espécie de homem eu seria? Seria o pior dos covardes. Não havia alternativa: precisava enfrentar toda essa merda de frente.
Cheguei em casa e, quando ouviu o barulho do carro, Levy saiu um tanto exasperado. Quando constatou que realmente era eu, sua expressão relaxou. Foi como um alívio para ele.
Ele não era igual a mim. Passional, do tipo que chorava, mas, ao me abraçar daquele jeito, ao me ver, mostrou o quanto somos ligados.
— Chega! Daqui a pouco vou achar que somos uns viadinhos.
— Mas tu é viado. — como sempre, um filho da puta esse Levy. Ele sorriu, como se lembrasse de algo importante, e foi direto ao telefone.
— O que está fazendo? — perguntei, receoso.
— Vou avisar a Waleska que você apareceu. Ela está desesperada.
— Não. — neguei, desligando o telefone e coloca