Rocco Pussenti
Sozinho, no quarto de Asunta, liguei para o Jardel, contador financeiro dos vinhedos Pussenti, solicitando a quantia, mas ele tinha a mania de merda de perguntar o que faria com o meu dinheiro. Isso não interessava a ele.
Por fim, acatou as ordens e traria de helicóptero. Saí do quarto e Asunta me aguardava do lado de fora. Não sabia onde ficava o quarto de dona Gioconda; ela apoiou a mão direita em minhas costas, guiando-me. Na verdade, percebia que fazia de tudo para tocar em mim.
Já não me sentia chateado por isso. Seu toque não queimava mais e podia até ser bom, como no dia em que soube de toda essa merda da minha vida e ela me abraçou. Foi como se tivesse ficado com parte da minha angústia.
Ao entrar no quarto, minha avó começou a chorar. Não sabia se tinha sido uma boa ideia ir vê-la.
— Ei! Se continuar assim, vou embora. Não quero que a senhora passe mal novamente.
— Não, fica, por favor. — Sua fala era enrolada e rouca, por conta da isquemia.
— Tudo bem