9.1 - Até você chegar. E bagunçar tudo.
O dia seguia com uma calma quase estranha pra nós dois. Nada de reuniões, ligações ou mensagens urgentes. Nenhuma pressa. Nenhuma cobrança. Só nós dois, no apartamento dele, enquanto a chuva ainda tamborilava preguiçosa contra os vidros da varanda.
Eu estava sentada no sofá com um livro no colo — um romance antigo, meio esquecido na minha bolsa — e Max estava deitado de lado, com a cabeça encostada no braço do sofá, zapeando os canais da TV sem nenhum real interesse.
De vez em quando, ele me olhava.
— Você vai me trocar por esse cara? — ele perguntou, franzindo o cenho para a capa do livro.
— Ele é um duque inglês com uma reputação duvidosa, Max. Você ainda tá na frente.
Ele bufou rindo, se esticando até roubar o marcador de página e fechar meu livro com um clap! exagerado.
— Eu aceito esse elogio como um convite. — disse, antes de se inclinar por cima de mim.
O beijo veio de surpresa, quente e lento. Aquele tipo que não exige nada, só entrega. Como se o mundo lá fora fosse um conceit