O beijo nos abalou mais do que imaginávamos. Nos dias seguintes, um novo tipo de proximidade começou a se formar entre Max e eu. Era como se, ao nos tocarmos, ao nos olharmos, estivéssemos reaprendendo a linguagem do outro. Cada gesto, cada olhar, se tornava mais carregado de significado. As mãos de Max, que antes hesitavam, agora pareciam procurar as minhas de maneira natural, sem pressa, apenas com a familiaridade de quem sente que algo novo está sendo reconstruído.
Os olhares também. Aqueles olhares silenciosos, mas cheios de tudo o que estávamos processando, começaram a ser mais frequentes. Não era mais só a dor ou a raiva que nos habitava; havia algo mais agora, algo que estava voltando. Cada vez que Max me olhava, havia uma nova promessa em seus olhos — e eu, mesmo com o medo, já começava a enxergar um futuro diferente no brilho deles.
A intimidade, não apenas a física, mas a emocional, estava sendo reconquistada, lentamente. Eu me vi querendo estar ao lado dele, querendo rir no