A casa estava em silêncio. Giovanni já estava no seu quarto, dormindo profundamente após o dia agitado. O som suave da noite lá fora, com as folhas balançando ao vento e o farfalhar das árvores, preenchia o ambiente. No pequeno escritório onde eu costumava me sentar para escrever, a luz baixa da lâmpada de mesa iluminava as páginas em branco, esperando para serem preenchidas.
Sentada ali, com o caderno nas mãos, pensei nas palavras que nunca tinha dito em voz alta, nas coisas que sempre guardei para mim mesma e nas sensações que ainda me confundiam. Eu não queria mais me perder no turbilhão das dúvidas. E então, sem pensar muito, comecei a escrever.
A caneta escorria lentamente sobre o papel, como se estivesse dando vida a um pensamento que há muito se aninhava no meu peito. Cada palavra parecia mais verdadeira que a anterior, como se, finalmente, eu estivesse permitindo que a verdade brotasse.
"Você sobreviveu ao medo, à raiva, à dor e à dúvida. Você foi forte. Você foi mãe. E agora.