Eu não percebi de imediato. Foi algo sutil. Um gesto aqui, um olhar ali. Pequenas alegrias que antes passavam despercebidas e agora me deixavam com o coração apertado de um jeito estranho — como se eu estivesse tentando segurar algo que inevitavelmente escorria entre os dedos.
Max passou a vir mais cedo. Às vezes, antes mesmo do sol nascer, ele já estava batendo à porta com um copo do meu café favorito e um sorriso sonolento no rosto.
— Achei que você ia gostar de um cappuccino antes da confusão começar. — Ele disse num desses dias, estendendo a bebida como quem oferece paz.
— Confusão?
— Giovanni. — Ele piscou. — Quando acorda, parece um furacão.
Sorri, contrariada, porque era verdade.
Aos poucos, ele começou a nos buscar para tomar café da manhã fora. Nada chique, só nós três em uma padaria charmosa da esquina. Giovanni fazia bagunça com os pãezinhos, Max limpava tudo sem reclamar, e eu... me pegava olhando demais.
— Você não precisa fazer isso todos os dias. — murmurei uma manhã, a