Max chegou com um daqueles olhares indecisos, como quem queria dizer algo, mas não sabia por onde começar. Eu estava colocando Giovanni no carrinho depois do almoço, ajeitando o cobertor, quando ele se aproximou devagar, mãos nos bolsos e um brilho estranho nos olhos.
— Posso falar com você um segundo? — ele perguntou, cauteloso.
— Claro.
Nos sentamos lado a lado no sofá, enquanto Giovanni se distraía com o móbile de bichinhos. Max respirou fundo antes de soltar:
— Me ofereceram uma viagem. Coisa rápida, três dias, mas... importante. É um projeto novo com investidores internacionais. Estão contando comigo.
Assenti devagar, sem desviar os olhos dele.
— Parece bom.
— É. — Ele passou a mão pelos cabelos. — Mas... eu não quero ir se isso significar... me afastar de vocês.
Essas palavras me pegaram desprevenida. Não porque ele demonstrava afeto — isso ele fazia com frequência agora — mas porque ele disse “vocês” como se já se enxergasse como parte da equação. Como se fosse natural.
— Max..