Eu dei mais um suspiro, tentando me controlar. Mas não estava funcionando. Nada estava funcionando. O telefone tocou de novo e eu desliguei sem pensar duas vezes. Mais um cliente, mais uma reclamação, mais algo que eu não queria lidar. Cada maldita ligação parecia me arranhar por dentro.

Fui até a janela novamente, tentando olhar para fora, como se a cidade pudesse me dar algum tipo de resposta. Mas a visão lá de fora não me dizia nada. Tudo parecia vazio, sem vida, apenas mais uma massa de concreto e vidro refletindo uma luz que eu não queria ver.

Voltei para minha mesa, e sem nem olhar para os papéis, comecei a digitar furiosamente no teclado, fazendo números e mais números. Mas a raiva ainda estava ali, me corroendo por dentro. Eu podia sentir a tensão crescente, como se tudo estivesse prestes a explodir. A pressão era insuportável.

Eu estava tão distraído em minha própria raiva que nem ouvi os passos apressados até a minha porta. Só quando a porta se abriu com força e uma voz alta