A obsessão não desaparecia. Eu me pegava pensando, constantemente, na possibilidade de que ela não apenas mentiu, mas fugiu com Victor. A ideia parecia absurda, mas eu não conseguia afastá-la da minha mente. Victor. O nome dele se repetia como uma ameaça, um espectro que pairava sobre tudo o que ela e eu tivemos.
Eu me pegava tentando reconstruir a linha do tempo na minha cabeça, buscando qualquer pista, qualquer coisa que pudesse me convencer de que ela tinha se aliado a ele. O que mais ela estaria escondendo?
O telefone na minha mesa não parava de vibrar, e eu sabia que era trabalho. Eu sabia que precisava seguir em frente, fazer o que sempre fiz. Eu deveria trabalhar. Mas nada, absolutamente nada, parecia fazer sentido. O som das mensagens, o barulho dos meus próprios passos no escritório, tudo parecia distante, irrelevante. Eu estava preso em um lugar onde ela era a única coisa que importava, e isso me consumia.
Quando eu me sentei em minha cadeira, olhei para a tela do computador