Série Caminhos do Amor 2 A história acompanha Natália Noam, uma jovem babá que aceita um trabalho no castelo do Duque de Cornualha, Ryan Luke Crawford Terceiro, para cuidar de sua filha, Catarina. Luke é um nobre falido que precisa reconstruir sua imagem pública para garantir sua candidatura política. Para isso, sua equipe propõe que ele tenha uma namorada falsa, mas seus interesses acabam se voltando para Natália, que tenta ao máximo evitar sua sedução. Natália é uma mulher séria e dedicada, tentando manter uma postura profissional e esconder sua beleza para evitar a atenção indesejada do Duque. No entanto, a atração entre os dois cresce à medida que convivem, especialmente quando Natália passa a acompanhá-lo a Londres, onde ele precisa estar devido à sua campanha. O enredo explora o conflito entre a reputação mulherenga de Luke e a resistência de Natália, que não quer se envolver com alguém tão volúvel. No entanto, momentos de proximidade intensa e a convivência com Catarina fazem com que as barreiras entre eles comecem a cair. O romance se desenvolve em meio ao mundo da aristocracia, política e jogos de aparências, trazendo um embate entre desejo e razão.
Ler maisTempo presente, Inglaterra
Natália
Urg!
Que frio.
Entrego o ticket ao funcionário do porto e caminho pela grande embarcação, puxando minha mala de rodinhas. O cheiro salgado do mar e o ranger suave do barco me envolvem, aumentando a sensação de que estou deixando para trás tudo o que conheço.
Encontro um lugar próximo à janela e me sento. Mesmo dentro do barco, o frio é cortante. Aperto o casaco ao redor do corpo e inspiro profundamente, preparando-me para a travessia até Cornualha.
O sudoeste do Reino Unido é pontilhado por castelos e vilarejos pacatos, lugares que parecem suspensos no tempo. Cada ruína, cada pedra, carrega histórias antigas, como sussurros do passado ainda ecoando pelo presente.
O castelo para onde estou indo é parte desse cenário. Considerado uma das seis "Nações Celtas", preserva tradições únicas e um ar de mistério. Ele pertence ao Duque de Cornualha, Ryan Luke Crawford Terceiro. Um homem recluso, mas cuja fama de mulherengo o precede.
Não quero ser escolhida pelos motivos errados. Não quero que meus atributos físicos chamem a atenção do Duque, como se eu fosse apenas um objeto a ser observado numa vitrine. Quero ser reconhecida por minhas qualificações, pela minha capacidade de cuidar de Catarina, sua filha.
Uma garoa fina começa a cair, tornando o dia ainda mais frio e nebuloso. Aperto os lábios. A imagem cinzenta diante de mim só piora minha ansiedade. Estou prestes a entrar em um território completamente desconhecido.
Ah, como eu gostaria de estar em um lugar quente, segurando uma caneca de chocolate quente... Mas não posso me dar ao luxo de recusar oportunidades. Preciso trabalhar. E, segundo Rose, o Duque paga bem.
Fecho os olhos e me deixo levar por lembranças recentes...
Carly e eu estamos na pequena sala do meu apartamento. A tevê está ligada no noticiário. Na tela, Luke aparece dando uma entrevista sobre o estado do castelo que administra. Ele veste óculos escuros, e seu físico atlético se destaca. O sol brilha em seus cabelos negros, ressaltando ainda mais sua aparência imponente.
Ao lado dele, uma ruiva deslumbrante segura seu braço com uma possessividade explícita. Aperto as mãos no colo.
— Esse homem é um deus grego — Carly suspira, encantada.
Não respondo. Ela me encara, desconfiada.
— O que foi?
Eu hesito por um segundo, depois solto de uma vez:
— Eu não te disse, mas serei a babá da filha dele.
O queixo de Carly cai. Literalmente.
— Nãaaaaaaao!
Meu coração dispara. Um arrepio sobe pela minha espinha.
— Simmmmmm. Está tudo acertado. Em duas semanas, estarei morando no castelo — digo, sentindo o sangue pulsar sob minha pele.
— Meu Deus! Você vai me ligar todos os dias para contar as novidades.
— Carly, eu vou a trabalho. Não crie expectativas.
— Você sabe a fama que esse homem tem?
Eu arqueio uma sobrancelha.
— Como se alguém pudesse não saber...
— Então tome cuidado com seu coraçãozinho, ou ele será arrebatado pelo furacão Luke.
Solto uma risada incrédula.
— Eu? Me envolver com esse homem? Eu sou uma simples plebeia, da classe trabalhadora. Ele, a realeza. Nunca olharia para mim desse jeito. E, de qualquer forma, vou usar roupas bem austeras. Ele nem vai notar minha presença.
— Com esse rosto? Esses cabelos? Sugiro um óculos de grau discreto e cabelo sempre preso. Só as roupas não vão adiantar.
— Eu sei me proteger. Minhas roupas serão apropriadas para o trabalho, nada mais. Não tenho medo dele.
— Você sabia que ele quer entrar para a política? Se candidatou para a Câmara Baixa.
— Sei. E está muito mal nas pesquisas.
Carly ri.
— Também, com essa fama de playboy... Quem levaria a sério? Ele está com essa ruiva agora, mas duvido que durem muito tempo juntos.
O choro de uma criança me puxa de volta para o presente. Tento afastar os pensamentos sobre o Duque, mas é difícil ignorar a fascinação que ele exerce. O carisma dele, somado à beleza e ao charme, criam uma combinação explosiva. E, claro, há também a sua inegável presença de líder.
A chuva cai fina sobre o para-brisa enquanto observo o castelo com satisfação ao longe. As nuvens baixas o envolvem como um véu, tornando a paisagem ainda mais dramática.
Solto um suspiro longo.
Aqui, eu me sinto em casa.
Mais à frente, alguns aldeões me veem e acenam. Paro o carro, pego um grande pacote de doces e abaixo o vidro da Ferrari. Thomas, um garoto esperto, já sabe do que se trata. Ele se aproxima com um sorriso e pega o pacote, os olhos brilhando de expectativa.
Piso no acelerador, deixando para trás os olhares curiosos das crianças que acompanham o rastro do carro. Elas sabem que sempre me lembro delas.
Suspiro novamente.
Agora estou aqui, tentando esquecer o desastre da minha campanha política após a saída de Isabela. Preciso descansar. Aproveitar o tempo com Catarina. Hoje, também marquei a entrevista com a nova babá. Rosa não está dando conta. Minha pequena, agora com dois anos, já quer explorar tudo, recusando-se a ficar no carrinho.
Kate, minha assessora, não gostou nada da minha decisão de tirar essa semana para mim.
Deus! Aquela mulher respira minha candidatura. Se pudesse, venderia a alma para me ver na política. E, de fato, minha meta é maior: quero ser Primeiro Ministro. Mas minha imagem de playboy e Casanova está arruinando minhas chances. E agora, com o escândalo envolvendo Isabela, tudo piorou.
Caso? Quase rio.
Se soubessem a verdade... Se soubessem que, entre nós, nunca houve nada...
Meu maxilar enrijece ao lembrar do confronto que tive com Raed semanas atrás no hospital.
— Você a deixou sozinha no meio da noite? Que tipo de homem faz isso?! — ele rugiu, os olhos faiscando de raiva.
Endireitei-me, sem paciência.
— Ela estava com você, Raed. Achei que fossem se entender.
Ele se aproximou, irado.
— Você dormiu com ela, seu desgraçado?!
Deus... Quase ri. A verdade feriu meu orgulho:
— Dormir? Aquela mulher é um freezer. Nunca tivemos nada.
O choque em seu rosto foi pior do que se eu o tivesse socado.
—Eu a contratei para ser uma companhia pública. Você esteve com ela esse tempo todo e ainda não a conheceu? Ela é louca por você, seu imbecil!
Meus pensamentos são interrompidos por um bode que surge de repente na estrada. Freio bruscamente. Ele me encara por um instante antes de se afastar lentamente. Respiro fundo e sigo caminho.
Ao longe, o castelo surge imponente entre as montanhas, cercado pela névoa fria. Aqui, entre as ribanceiras rochosas e os campos salpicados de urze, é onde pertenço.
Aumento o volume do som e deixo Pearl Jam preencher o carro. E então, canto junto, tentando afastar os fantasmas do passado.
LukeSete meses se passaram e eu nunca imaginei que eu pudesse ser tão feliz ao lado de alguém como tenho sido com Natália. Como curti sua gravidez. Como vibrei com cada movimento do nosso filho. Cada dia que eu passo ao lado de Natália só confirma que ela é a mulher da minha vida. Aquele vazio que eu tinha foi preenchido. Hoje me sinto quase completo se não fosse pela ausência do meu pai. Ainda sinto a falta do velho. Agora estou no castelo, no quarto do nosso filho recém-nascido abraçado a ela olhando com cara de bobo Edward dormindo no berço.— Ele é tão pequenininho.Natália me beija no rosto exibindo um sorriso.—É, eles são quando nascem.Eu suspiro pensando no nascimento do meu anjinho.—Fui conhecer Catarina quando ela tinha dois meses de idade, acho que por isso estou estranhando.—Sim, amor, é isso mesmo. Mas não se preocupe, eles crescem rapidinho.—E eu não sei? —Eu olho para Natália. Ela parece cansada. —Vem, você precisa descansar. Nosso filho parece um bezerro mamand
Dias depois....Hoje é um dia feliz...Ryan Luke Crawford Terceiro conseguiu uma cadeira na Câmera Baixa e ele está me rodopiando no meio da sala. Todos ao nosso redor também estão vibrando com essa notícia. —Consegui! Consegui! —Ele então me coloca no chão.Ele se afasta de mim para cumprimentar sua equipe com entusiasmo. Abraços, beijos e toque nos ombros o felicitando.Kate se aproxima timidamente, por último, e o abraça apertado.—Parabéns. Você conseguiu!Luke diz com um sorriso: —Nós conseguimos Kate! Devo muito a você e toda a sua equipe. — Ele então olha todos. — Quero agradecer o empenho de todos vocês e dizer que todos estão convidados ao meu casamento que será daqui há um mês no Castelo de Cornualha.Risos se espalham e gritinhos de felicidade. Luke vem na minha direção e me abraça apertado e depois beija a minha barriga. Quando ele se levanta eu digo entre suspiros:— Rose está tão feliz com tudo. Nosso casamento, nosso filho. Minha amiga Carly deve estar achando que dei
—Assim seja! —Duque diz erguendo sua taça bem no alto e a bebe com um sorriso.Então todos levantaram suas taças brindando. Aos poucos o círculo vai se desmanchando e as pessoas se dispersando.Graças a Deus! É bom estar sozinha com ele novamente. Um sorriso de canto de lábios surge na sua boca sexy.—E agora? —Eu pergunto.Ele respira fundo e retira a taça da minha mão e a deposita junto com a sua na mesa. Luke então me envolve com seus braços.—Diga-me você. E agora?Eu respiro fundo, me sentindo a mulher mais feliz do mundo.—Sugiro sentarmos e aproveitarmos a noite. Usufruir da boa comida, da boa companhia um do outro e terminar a noite dançando.Ele captura uma das minhas mãos e olhando para mim a leva aos seus lábios sem se afastar de mim. A intensidade dança em seu rosto extremamente masculino.—Tudo bem, mas eu prefiro estar com você em um quarto fechado.Eu respiro fundo tentando pegar mais ar. O contato da sua mão em minha pele é como fogo indo em direção a um barril de pólv
NatáliaEstamos fazendo o caminho praticamente em silêncio. Luke está calado ao meu lado. Ele não me olha para mim como olhava antes no carro, daquele jeito que me constrange. Seus pensamentos parecem longes.O que é tudo isso? O que ele tanto pensa? Por que ele não consegue ficar feliz por mim?Por que estou vendo um lado dele que não gosto a de um homem egoísta? Estou fazendo sombra para ele? Afinal, ele sempre foi o centro das atenções!Chegamos ao centro de convenções. O motorista desce do carro. Abre a porta. Eu desço primeiro.Flashes brilham na minha direção. Luke desce depois e novamente somos alvejados pelo brilho das lentes. Ele me toca nas costas me conduzindo para dentro, eu me arrepio sempre quando ele faz isso, sempre tenho o mesmo arrepio quando ele me toca. O cheiro dele é único, sua presença me acalma. Acho que por ele ter a constituição forte, marcante, exalando sempre uma energia poderosa. Quando estou ao lado dele sinto como se nada de ruim pudesse me acontecer.
Antes que eu pense no que ele quis dizer com “enquanto”, Luke toma a minha boca com um beijo avassalador. Alto, ágil, forte e muito mais que isso, envolvente. Em um minuto eu me vejo despida de minhas roupas e em outro na cama nos braços dele. Mantendo-me junto ao seu corpo, sou torturada com seus beijos sedutores e suas mágicas mãos. Ofegando, eu o aperto mais em meus braços, roçando minhas pernas nas dele, nossos suores se misturando junto com nossos gemidos. Ele me penetra e solto um suspiro de prazer. Ele se move me levando a loucura. Esqueço tudo, lugar, espaço, quem sou, só sinto o prazer envolvente que é ele estar dentro de mim. Então ele para. Abro meus olhos e o encaro. Ele solta o ar e sai de dentro de mim. Eu pisco aturdida e então o vejo abrindo o criado mudo e com as mãos trêmulas pegar uma camisinha e rasgar a embalagem com os dentes.Repouso minha cabeça novamente na cama com a respiração ofegante. Abro os olhos quando ele está em cima de mim estudando meu rosto. Prot
Minutos depois...LukeO FDP não tirou os olhos de Natália desde que chegamos aqui. Mesmo de onde estou, é óbvio constatar que ele está a assediando na cara dura. A vontade de arrancar seu sorriso sedutor para ela com um golpe certeiro de direita em seu queixo arrogante, borbulha em minhas veias. Eu conheço esse desgraçado. Sei quando ele está interessado em uma mulher.A minha mulher! Ele não perderia tempo com uma conversa mole se não tivesse mal-intencionado. Sim, Natália é bonita. Seu rosto é fascinante, as curvas de seu corpo me levam a loucura com seu bumbum empinado, seios eretos de bicos rosados. Tamanho ideal para o encaixe da minha mão. Sua pele alva e macia com pequenas sardas, as coxas e panturrilhas torneadas. Dificilmente um homem ser imune a isso e esse idiota a olha como um lobo babão.Alarmes soam na minha cabeça quando ela ri de algo que ele disse. A imagem dos dois daqui a pouco trocando telefones me fazem interromper as falas de Mark Logan, integrante da Câmer
Último capítulo