A luz em Kaerdum não vinha de tochas, nem de fogo, nem de qualquer fonte que pudesse ser explicada em termos comuns. Ela parecia nascer das próprias paredes — uma luminescência suave, dourada, prateada, que pulsava como o batimento de um coração vivo.
Os túneis serpenteavam até se abrirem em um espaço tão vasto que era impossível acreditar que estivesse sob a terra. Um mundo inteiro escondido abaixo dos pés de Veridia. As cavernas davam lugar a salões, cúpulas, pontes suspensas, jardins escavados na pedra, tudo interligado por trilhas esculpidas com precisão milimétrica.
O teto, em alguns pontos, parecia tão alto quanto o céu. Era formado por placas de cristal negro e veios de pedra dourada que imitavam constelações — estrelas desconhecidas, cujos desenhos não apareciam em nenhum céu da superfície.
Havia água. Muita água.
Riachos cristalinos corriam entre os salões, surgindo de fendas nas paredes e desaparecendo em quedas suaves que sumiam no fundo de poços iluminados. Fontes termais