O martelo desceu. O metal respondeu com um grito agudo, faíscas voando como pequenos cometas dourados.
Cael deixou o martelo pender, respirando fundo. O cheiro de ferrugem, fumaça e óleo queimado preencheu seus pulmões. Mas havia algo além no ar.
Algo... que não vinha da forja.
As espirais gravadas no pedaço de aço à sua frente pareciam pulsar. Não fora ele quem as desenhou. Elas surgiram — como surgem as rachaduras no gelo quando a pressão fica insuportável.
Ele limpou o suor da testa, fitando aquele símbolo que não saía mais de seus olhos desde o Festival das Cinzas. Desde que tudo começara a... acordar.
"Não sou o único."
O pensamento não era um desejo. Era uma certeza.
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A taverna no Distrito Baixo não tinha nome. Ou, se tinha, já fora esquecido há décadas. Era um buraco na parede, enfiado entre depósitos de carvão e mercados clandestinos, onde até os ratos tinham medo de entrar.
Ali, seis pessoas se reuniam.
Nem rebeldes. Nem soldados. Nem criminosos. Apenas... sobreviventes. Ou