O salão estava escuro, iluminado apenas pelas labaredas trêmulas que escapavam dos espelhos encantados nas paredes. As chamas não eram comuns — ardiam em tons púrpura, distorcendo a luz, o espaço e até o tempo. Nenhuma sombra permanecia constante ali. Elas se moviam como se respirassem.
Thenos ajustava os anéis nos dedos, impaciente. O mapa mágico sobre a mesa projetava linhas em constante movimento — rastros. Mas nem todos podiam ser lidos. Alguns simplesmente... não obedeciam às leis da cartografia, nem da lógica, nem da magia.
— Nada... — rosnou, apertando os olhos. — Nem mesmo os espelhos conseguem segui-lo, Morghast desapareceu.
Vermon permaneceu sentado no trono, imóvel, como uma estátua esculpida na própria sombra. Seus olhos verdes, tão escuros quanto musgo do rio, não piscavam.
— Morghast... — disse o nome como quem cospe veneno. — Então ele já começou.
Thenos apertou o maxilar.
— Não temos controle sobre ele, não mais. Desde o momento em que a centelha rompeu o véu... ele