Clara
A biblioteca da mansão dos Ferraz, normalmente um lugar silencioso e imponente, estava virada de cabeça para baixo. Caixas abertas, pastas espalhadas sobre a mesa de carvalho, além de pilhas de contratos.
O cheiro de papel envelhecido e madeira encerada preenchia o ar, misturado ao perfume sutil de lavanda que Laís usava. Estávamos tentando encontrar qualquer pista que ajudasse Roberto a recuperar o controle da empresa que quase foi destruída.
— Eu juro que essa mansão tem mais papéis do que livros — resmungou Laís, abrindo mais uma gaveta de arquivos antigos, os cabelos presos de qualquer jeito em um coque desalinhado.
Sorri, cansada. Meus ombros doíam e os olhos já estavam secos de tanto forçar a leitura de números, contratos e cartas. A cada documento que analisamos, a certeza crescia dentro de mim: Viviane e Afonso tinham planejado tudo por muito tempo. Mas provar era o desafio.
Do outro lado da mesa, Roberto folheava um livro de registros financeiros antigos, a testa franzi