Theo
Entrei no quarto como um furacão, os passos pesados ecoando no piso de madeira. Abri o closet com um puxão brusco e arranquei a mala da prateleira de cima, deixando que caísse no chão com um baque surdo. Sem pensar, comecei a enfiar roupas dentro dela de maneira frenética — camisetas, calças, uma jaqueta que nem lembrava de ter trazido. Nada fazia sentido. Nada importava. Qualquer coisa serviria. Eu só queria ir embora dali.
Eu precisava voltar para o Brasil.
— Theo... — Lorena surgiu na porta, a voz doce, como sempre, mas carregando um quê de pena que me irritou profundamente.
— Eu não tenho paciência pra você hoje, Lorena — rosnei sem olhar para ela. — Fecha a porta e vai embora.
— Por favor, eu só quero ajudar...
Revirei os olhos e me virei para encará-la, rindo com um sarcasmo amargo.
— Ajudar? Você? — sacudi a cabeça, descrente. — Você é só uma marionete da minha mãe. Nada mais.
Ela não se ofendeu. Apenas deu alguns passos para dentro do quarto e fechou a porta com delicade