Theo
Meu estômago virou. Meu coração deu um salto doloroso. O sangue ferveu.
Ela virou-se devagar, como se tivesse sentido minha aproximação. E quando nossos olhares se encontraram, eu vi. O choque. O medo. A culpa. Tudo estampado no rosto dela.
E eu odiei aquilo. Odiei a mim mesmo por ainda achá-la tão bonita. Odiei ainda me importar.
— Então é verdade — cuspi as palavras, sem conseguir conter o veneno na voz. — Você realmente não perdeu tempo.
Ela não disse nada. Só me olhou. E talvez isso tenha me irritado ainda mais.
— Eu devia ter imaginado. — Minha voz saiu baixa, carregada de desprezo. — É claro que você estaria aqui. Com ele.
Ela empalideceu, as mãos deslizando automaticamente para proteger a barriga, como se quisesse esconder o óbvio. Mas já era tarde demais.
— Veio direto pra cama do meu pai? Foi isso? — continuei, me aproximando mais. — E ainda teve a audácia de engravidar dele?
Vi a dor passar pelo rosto dela, mas eu não parei. Não podia. Eu precisava que doesse nela també