Amanda retirava com calma o vestido de noiva, com a ajuda da costureira. O ambiente, até então silencioso e elegante, era preenchido pelo leve som do tecido deslizando por sua pele. Ana, sentada em uma poltrona próxima, observava a filha com ternura, orgulhosa e emocionada.
Mirela, de pé ao lado, parecia inquieta. Seus olhos iam de Amanda para Ana com um certo incômodo, e sua respiração tornava-se mais tensa a cada segundo.
Quando a costureira se afastou para ajustar a cauda do vestido, Mirela quebrou o silêncio:
— Tia Ana... — disse, com a voz mais firme do que o necessário — o João não sabe o que está fazendo.
Amanda parou de ajustar o sutiã de renda e virou lentamente o rosto. Ana, surpresa, olhou diretamente para a sobrinha.
— Como é? — perguntou Ana, franzindo o cenho.
Mirela respirou fundo, como quem decide enfim abrir o que guardava.
— Ele está cego. Cego de paixão por alguém que nem sabe amar direito. Ele pode dizer o que quiser, mas no fundo... ainda sente algo por mim. Sempr