Manhã na Fazenda – Confronto no corredor
A luz do amanhecer mal começava a atravessar as janelas da Fazenda Volchya Dolina. O silêncio ainda dominava os corredores, interrompido apenas pelo som leve do ranger da madeira sob os pés de João.
Ele abriu a porta do quarto de Amanda devagar, ainda com os cabelos molhados do banho da noite passada e a camisa semiaberta. Seus olhos estavam cansados, mas seu corpo parecia leve — como quem havia atravessado um furacão e saído inteiro, apesar dos estragos.
Deu um passo no corredor.
Foi quando ouviu o som firme de saltos ecoando no piso encerado.
Virando-se, deparou-se com Ana Duarte.
Ela vinha em sua direção, elegante como sempre, vestida já para o trabalho na fazenda, segurando uma pasta sob o braço. Seus olhos, afiados como navalhas, pousaram diretamente nos de João. Não disse nada de imediato.
O ar entre eles pesou.
João respirou fundo, parou no meio do corredor e manteve a postura ereta. Sabia que não havia como fingir, nem para ela, nem par