A luz suave do entardecer atravessava as cortinas claras do quarto. Sofia, de robe de cetim, estava sentada diante da penteadeira escovando lentamente os cabelos. O espelho refletia o semblante pensativo e ligeiramente irritado da jovem esposa.
José, sentado na poltrona próxima, folheava alguns documentos da empresa, distraído.
— Tanta coisa... — murmurou Sofia, como quem falava sozinha.
José levantou os olhos.
— O que foi, amor?
Sofia sorriu de canto, mas sem esconder o leve amargor:
— Nada não... só pensando aqui... Quando nós casamos, não teve todo esse alvoroço. Nem vestido de alta costura, nem imprensa, nem joalheria cheia de flashes... — soltou uma risada seca. — Nem festa de uma semana.
José largou os papéis no colo e a observou.
— Amor... isso tudo é porque a Amanda ficou entre a vida e a morte. Todo mundo quer vê-la feliz depois de tudo que passou.
Sofia soltou um suspiro.
— Eu sei... só... sei lá. Às vezes parece que ela virou o centro do universo. Até sua mãe não fala de ou