Sofia está sentada na beirada da cama. O quarto está em silêncio, apenas o som distante de vozes na fazenda e o tique-taque do relógio no criado-mudo. Com a mão sobre a barriga, ela sussurra:
— O que eu estou fazendo com a minha vida?
Os olhos se enchem de lágrimas. Lembra do olhar de José — não foi raiva, foi dor, e isso a destruiu por dentro. Ela se levanta, caminha até o espelho e encara a si mesma.
— Eu preciso acabar com isso... agora.
Pega o celular com mãos trêmulas e digita uma mensagem para Henri:
"Não posso mais. Acabou. Não me procure."
Mas hesita antes de enviar. Apaga. Suspira fundo. E então digita de novo, mais firme:
"Henri, isso precisa terminar. Estou destruindo tudo o que construí. Me perdoa, mas acabou."
Ela aperta "enviar". O peso de dias e noites mal dormidos parece cair sobre seus ombros. Sofia se senta de novo, acaricia a barriga e fecha os olhos.
— Eu preciso ser forte… por mim… por elas… por ele.
O celular vibra quase imediatamente. Henri está ligando.
Sofia h