O sol começava a cair quando o SUV cruzou o portão da matilha de Springfield.
A luz dourada da tarde recortava as árvores altas, projetando sombras longas sobre o chão.
Liandra encostou a testa no vidro por um segundo, absorvendo tudo: o cheiro de terra úmida, o ar frio, a sensação de território.
Era diferente de tudo que ela já havia sentido.
Parecia… antigo.
Profundo.
Vivo.
Rafael dirigia com calma, mas o pulso firme no volante e o maxilar marcado diziam que ele estava mais tenso do que queria demonstrar.
— Está nervoso? — ela perguntou, sem tirar o olhar do caminho.
— Um pouco — ele admitiu. — É sua primeira vez aqui.
Sua companheira.
A mulher que seu lobo reconhecia.
A mulher que ele trouxe para casa.
Liandra engoliu um suspiro quente.
— Eu também estou — ela confessou.
Rafael virou o olhar para ela por um segundo, um segundo longo demais, cheio demais e depois voltou à estrada.
— Não precisa estar.
Ela sorriu de canto.
— Não estou com medo. Só