No início da manhã, o telefone vibrou.
Arthur Orsini.
Felipe observou o nome na tela por alguns segundos, respirou fundo e atendeu.
A voz do pai era firme, direta, sem espaço para evasivas:
— Quero você aqui ainda hoje.
Convite de do ex-Alfa não se recusa, nem quando o Alfa é seu pai.
O carro cruzou os portões da propriedade dos Orsini, e a lembrança da infância o atingiu como um soco.
Nada ali mudava: a casa de pedra, o jardim meticulosamente cuidado, o cheiro de madeira e autoridade que impregnava cada parede.
Arthur o esperava no escritório.
Ao lado, Julie, sua mãe, observava calada, sentada em um dos sofás de veludo.
Felipe entrou com o porte de sempre — firme, contido, cada passo calculado.
Mas dentro dele, o lobo rosnava silenciosamente.
— Finalmente — começou Arthur, sem rodeios. — Imaginei que me procuraria depois do que aconteceu ontem.
Felipe manteve o olhar fixo.
— Não havia o que dizer.
— Não havia o que dizer? — repetiu o pai, a voz subindo um tom. — Você m