Lugar desconhecido – Quarto escuro, madrugada
As paredes eram frias e úmidas, o silêncio espesso, como se o próprio ambiente segurasse a respiração. A única fonte de luz era o brilho pálido de uma vela sobre a cômoda de madeira gasta. Natália estava ali, sentada diante de um espelho rachado, os cabelos soltos e os olhos fixos em seu próprio reflexo, ou do que restava dele. Seus dedos tamborilavam o braço da poltrona com impaciência.
Então, o telefone antigo sobre a mesa vibrou. Ela o pegou com agilidade e atendeu, sem dizer uma palavra. Do outro lado, a voz era tensa, cuidadosa:
— Perdemos o sinal da infiltrada... Desde que a barreira mágica reagiu, não conseguimos restabelecer comunicação. Vazaram informações de dentro... Anatolie continua vivo. E a... Garota... A Predestinada... Também.
O silêncio durou meio segundo. Depois, o estouro.
Natália se levantou como uma fera despertando. Os olhos se acenderam em um vermelho escuro, quase demoníaco, enquanto ela apertava com tanta força o