O quarto já não era mais um quarto.
As paredes tremiam em silêncio, cobertas por uma névoa dourada que oscilava entre a matéria e o espiritual.
O chão, agora pulsava como pele viva. Em meio à penumbra, raízes antigas e que não pertenciam a nenhuma árvore conhecida, se entrelaçavam ao redor da cama, formando o berço da divindade em transição.
Susan jazia ali.
Seu corpo tremia, como se a alma estivesse se partindo em camadas. Luz escapava de seus olhos, de sua boca, de suas veias. E então… Dmitry sentiu.
Um corte súbito no vínculo. Um vácuo.
A dor foi aguda, sem grito. A essência dele, entrelaçada à dela, recuou como uma fera ferida. Os batimentos dela cessaram. O calor do corpo se dissipou. A Deusa havia morrido, para renascer.
Ele caiu de joelhos ao lado da cama. A mão dela ainda estava quente, mas já não pertencia ao mundo dos vivos.
— Susan… — Ele sussurrou, a voz quebrada, afundada em um amor que não sabia como existir sem ela presente. — Eu devia ter morrido contigo.
No centro do