Luísa sentiu as pernas bambearem, mas manteve a compostura diante de Don Morano.
Os seus olhos piscavam rápido enquanto absorviam a imponência daquele homem. Algo na expressão dele parecia familiar, mas ela não conseguia identificar o motivo.
— Desculpe, senhor Morano!
— Não suporto atrasos… — Don Morano reclamou com veemência. — Vou ligar para sua supervisora e…
— Por favor, não faça isso, senhor. Hoje é o meu primeiro dia e eu preciso desse trabalho.
Paolo a observou com intensidade e, depois de um momento de silêncio, ele deu um passo para o lado, permitindo sua entrada. Luísa passou por ele, sentindo o olhar cravado em suas costas.
— Prefere fazer faxina a tocar piano? — Ele a julgava com o olhar enquanto inquiria.
— É um trabalho justo, senhor Morano!
— Se aceitasse a minha proposta, eu…
— Já disse que não quero — deu a resposta antes que ele acabasse de falar.
Don Paolo caminhou até a porta do escritório e girou a chave, trancando-a com um estalo seco. Ele voltou a ol