✓Capítulo 90 — Máscara Rachada (Parte 1)
“Ninguém se apresenta com o nome que mais dói.” — (Anotação de R.)
Ficamos alguns segundos nos encarando, a xícara de café entre nós como se fosse fronteira.
Ele tinha acabado de dizer que talvez eu não aguentasse saber quem ele era nessa história.
O problema é que o meu corpo parecia já saber. O tremor leve na mão dele. O jeito de segurar a xícara. O cheiro de jasmim fantasma.
Chega.
— Vamos começar pelo princípio — murmurei, percebendo que minha voz carregava um frio que eu não havia planejado. Uma pausa breve, quase um desafio silencioso. — Quero o nome completo. Sem disfarces. Sem fragmentos.
Ele apoiou devagar a xícara no pires. Não desviou o olhar.
— Renata…
— Nome. — cortei. — Agora.
Silêncio. Não o silêncio confortável, mas aquele que parece se estender como um fio tenso prestes a arrebentar. Ele inspirou profundamente, o peito se erguendo num compasso lento.
— Meu nome… não é Alexandre — murmurou, a voz carregando algo entre culpa e re