“Algumas ligações não precisam de fio. Bastam dois corações pulsando no mesmo ritmo
para que a verdade comece a atravessar o silêncio.” — Do diário de D.
...
Alguns dias depois, Dayse reuniu os filhos na sala. Com um gesto contido e uma expressão grave, quase impenetrável, entregou a cada um deles um celular simples. Enquanto isso, explicou as regras com uma voz firme — mas havia nela uma preocupação difícil de disfarçar.
— Isso não é brinquedo. É só para emergências. E nada de redes sociais sem a minha autorização. Entendido? — Seus olhos, intensos e atentos, pousaram demoradamente em cada rosto, como se quisesse gravar a resposta de cada um no fundo da alma.
— Sim, mamãe — responderam em uníssono, suas vozes sérias, quase solenes, como se participassem de um pacto sagrado.
Dayse hesitou por um instante, como se quisesse dizer algo mais, mas acabou se virando e saindo para o trabalho. Assim que a porta se fechou, o silêncio na sala foi quebrado por um suspiro coletivo. Os três irmãos