A madrugada avançava como uma fera, e com ela, as dores — mais intensas, mais ferozes.
Horas se arrastaram como séculos entre contrações implacáveis, pontes de medo, lapsos de consciência e uma coragem que ela jamais soube possuir.
E então veio a dor.
Não apenas mais uma — mas a dor.
Mais quente, mais funda, mais feroz. Incontrolável. Primordial.
Dayse gritou, mas não foi pela dor.
Foi pela vida. Pela força daquilo que estava prestes a romper o limite entre o antes e o depois.
Horas se arrastaram como séculos entre contrações implacáveis, pontes de medo, lapsos de consciência e uma coragem que ela jamais soube possuir.
Seu corpo era solo sagrado e campo de batalha.
Era templo e tempestade.
Então, veio a última contração.
A mais cruel.
A mais verdadeira.
Como se os ossos estivessem sendo partidos ao meio, como se sua carne precisasse se abrir por completo para permitir a passagem da vida.
Dayse gritou — e não houve vergonha, só entrega.
Empurrou. Com tudo. Com o corpo, com a alma, com