“O amor, quando não é libertação, pode ser também a prisão mais cruel.” — Clarice Lispector
🎵 Trilha Sonora Sugerida: “Atrás da Porta” — Elis Regina
As luzes do hospital eram duras e brilhantes, mas Dayse mal as notava enquanto caminhava devagar pelos corredores, apoiando-se no braço de Enzo. Seus passos eram cuidadosos, não por fraqueza, mas pela preciosa carga que carregava.
Sua mão descansava naturalmente sobre a barriga arredondada, onde as filhas pareciam se mexer em resposta ao seu toque suave. O médico havia acabado de confirmar: tudo estava bem com elas, batimentos cardíacos fortes e regulares. Dayse sussurrou um agradecimento silencioso, sentindo um alívio profundo percorrer seu corpo.
— Elas estão bem — murmurou para Enzo, que apertou sua mão com ternura.
Mesmo com a confirmação médica tranquilizando-a, Dayse não conseguia parar de pensar nos filhos em casa.
Dayse fechou os olhos, sentindo o peso da culpa. Seus filhos haviam presenciado uma tentativa de assassinato. Viram V